09/01/2016

Liepāja: Karosta















Depois do Natal fui visitar Liepāja, uma cidade Letã na costa Oeste do país. Fui com a Isabel e ficámos em casa da Paulina, uma voluntária alemã que chegou à Letónia em Setembro.
Depois de chegarmos contactámos a Liga, uma das formadoras do meu Arrival Training que vive em Liepāja, e ela mostrou-se imediatamente disponível para nos mostrar a cidade. No dia seguinte fomos com a sua família até Karosta, uma parte da cidade de Liepāja que foi criada como base naval pelo Czar Alexandre III e mais tarde usado com o mesmo propósito pela União Soviética. É uma zona onde ainda existem muitas infra-estruturas militares, algumas delas re-habilitadas, mas a maioria em mau estado. Além destas infra-estruturas existem muitos edifícios de habitação Soviéticos, criados para as famílias dos militares que hoje em dia estão a ser renovados.
Depois de uma primeira paragem na ponte móvel, desenhada por Eiffel, fomos até ao paredão. A praia estava com neve e o mar estava muito calmo e muito bonito, uma paisagem que não vou esquecer.
De seguida fizémos uma curta paragem na catedral ortodoxa de Karosta, construída no início do séc. XX e mais tarde usada como armazém e ginásio pelos soviéticos. Entre tantos edifícios cinzentos e estruturas abandonadas, a catedral é um ícone de Karosta. Apesar da sua degradação durante o período soviético, hoje em dia serve o seu propósito original como espaço de devoção.
A última paragem foi na antiga prisão militar da vila. Construída inicialmente como Hospital, o edifício nunca foi utilizado como tal. Usada por vários regimes (monárquico, soviético, nazi e letão) a prisão tem fama de ter uma história perturbadora de torturas e execuções. Graças à Liga, eu e a Isabel tivémos uma visita guiada privada à prisão. Passámos por várias divisões e celas e conseguia-se sentir o ambiente pesado e denso. Senti-me claustrofóbico, que não devia passar ali mais tempo e uma sensação estranha de estar no passado. As inscrições dos prisioneiros ainda estavam na parede e apesar de já não ser uma prisão há 19 anos, ainda se sente a presença forte do que lá aconteceu. No verão, é possível dormir na prisão e ser tratado como um prisioneiro durante uma noite. Depois de ver o episódio dos Ghost Hunters, ouvir as histórias sobre prisioneiros e da visita guiada, não sei se seria algo que faria.

After Christmas I visited Liepāja, a Latvian city on the west coast of the country. I went with Isabel and we stayed at Paulina's flat, a German volunteer who came to Latvia in September.
After we arrived we contacted the Liga, one of the trainers of my Arrival Training living in Liepāja, and she was immediately available to show us the city. The next day went with her family to Karosta, a part of Liepāja's city which was established as a naval base by Czar Alexander III, and later used for the same purpose by the Soviet Union. It is an area where there are still many military infrastructures, some of them re-habilitated, but most in poor condition. In addition to these infrastructure there are many Soviet residential buildings, designed for families of the troops, that today are being renovated.
After a first stop on the movable bridge, designed by Eiffel, we went to the breakwater. The beach had snow and the sea was very calm and beautiful, a landscape that will not forget.
Then we made a short stop in the Orthodox Cathedral of Karosta, built in the early XX century and later used as a warehouse and gym by the Soviets. Among many gray buildings and abandoned structures, the cathedral is a Karosta icon. Despite its deterioration during the Soviet period, today it serves its original purpose as devotion space.
The last stop was in the old military prison of the village. Built initially as Hospital, the building was never used as such. Used by various regimes (monarchical, soviet, nazi and latvian) the prison has reputation to have a disturbing history of torture and executions. Thanks to Liga, me and Isabel had a guided private tour to prison. We went through several rooms and cells and could feel the heavy and dense environment. I felt claustrophobic, that I shouldn't spend more time there and a strange feeling of being in the past. The prisoners's inscriptions were still on the wall and although it hasn't been a prison for 19 years, one can still feel the strong presence of what happened there. In summer it is possible to sleep in the prison and be treated as a prisoner overnight. After seeing the episode of Ghost Hunters, listen to stories about prisoners and the guided tour, I don't know if it would be something that I would want to do.


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