11/01/2016

Liepāja: Centro




















Depois do primeiro dia de visita a Karosta continuamos em Liepāja. Estivémos a conhecer o centro da cidade com a Paulina e também com o Zigimants, marido da Liga. O Zigimants queria retomar as free walking tours em Liepāja eu e a Isabel fomos as "cobaias" para a nova versão. Passeámos pela cidade durante duas horas e ouvimos o nosso guia a falar da história da cidade e dos locais importantes. Seria impossível saber tantos detalhes sem a ajuda de um local tão interessado na sua cidade, fez toda a diferença! Também tivemos oportunidade de visitar a igreja da Santíssima Trindade, onde está alojado um dos maiores orgãos europeus. Por sorte assistímos de perto a um guia tocar este orgão e pudemos ouvir o som grandioso que dele emana. Para quem visitar Liepāja a passagem pelo museu da cidade é uma boa oportunidade de conhecer melhor a região e a história da cidade.
Depois de conhecer as ruas, o mar e os parques da cidade entrámos na nova sala de concertos para orquestra da cidade. Em homenagem à fama do ambar em Liepāja, a fachada do edifício é composta por vidros com cor de ambar e a vista do interior é algo fora do comum. No final do dia fomos ver um jogo de basket com comentário musical ao vivo, algo que nunca tinha assistido e que foi muito divertido.
Além de estarmos com a Paulina, estivemos ainda com mais dois voluntários que estão em Liepāja, o Alexandru e o Manuel. Estivemos em casa deles a cozinhar todos juntos e a jogar jogos de tabuleiro. Estes voluntários trabalham no centro jovem da cidade, onde também estivémos a beber um chá (que no inverno é absolutamente essencial) e a jogar um jogo tradicional Letão.
Liepāja é a cidade do vento, do ambar e do rock. É uma cidade distinta de todas as outras cidades Letãs e com uma personalidade muito forte.

After the first day visiting Karosta we continued in Liepāja. We went to visit the city center with Paulina and also with the Zigimants, Liga's husband. Zigimants wanted to resume his free walking tours in Liepāja and me and Isabel were the "guinea pigs" to the new version. We walked around the city for two hours and listened to our guide talk about the city's history and important places. It would be impossible to know as many details without the help of a local so interested in his city, it made all the difference! We also had the opportunity to visit the Holy Trinity church, where is housed one of the largest European organs. Luckily we watched closely to a guide playing this organ and listen the great sound that emanates from it. For those who visit Liepāja passing through the city museum is a good opportunity to get to know the region and the city's history.
Once we knew the streets, the sea and the city parks we entered the new concert hall for the orchestra of the city. In homage to amber's fame in the city, the building's facade consists of glass with ambar color and the view from inside is something out of the ordinary. Finally we went to see a basketball game with live musical comment, something I had never seen and was really fun.
In addition to being with Paulina we also were with two volunteers who are in Liepāja, Alexandru and Manuel. We were in their house cooking together and playing board games. These volunteers work in the youth center, where we also were sipping a tea (which in winter is absolutely essential) and playing a traditional latvian game.
Liepāja is the city of wind, amber and rock. It is very different than other Latvian cities and with a very strong personality.

09/01/2016

Liepāja: Karosta















Depois do Natal fui visitar Liepāja, uma cidade Letã na costa Oeste do país. Fui com a Isabel e ficámos em casa da Paulina, uma voluntária alemã que chegou à Letónia em Setembro.
Depois de chegarmos contactámos a Liga, uma das formadoras do meu Arrival Training que vive em Liepāja, e ela mostrou-se imediatamente disponível para nos mostrar a cidade. No dia seguinte fomos com a sua família até Karosta, uma parte da cidade de Liepāja que foi criada como base naval pelo Czar Alexandre III e mais tarde usado com o mesmo propósito pela União Soviética. É uma zona onde ainda existem muitas infra-estruturas militares, algumas delas re-habilitadas, mas a maioria em mau estado. Além destas infra-estruturas existem muitos edifícios de habitação Soviéticos, criados para as famílias dos militares que hoje em dia estão a ser renovados.
Depois de uma primeira paragem na ponte móvel, desenhada por Eiffel, fomos até ao paredão. A praia estava com neve e o mar estava muito calmo e muito bonito, uma paisagem que não vou esquecer.
De seguida fizémos uma curta paragem na catedral ortodoxa de Karosta, construída no início do séc. XX e mais tarde usada como armazém e ginásio pelos soviéticos. Entre tantos edifícios cinzentos e estruturas abandonadas, a catedral é um ícone de Karosta. Apesar da sua degradação durante o período soviético, hoje em dia serve o seu propósito original como espaço de devoção.
A última paragem foi na antiga prisão militar da vila. Construída inicialmente como Hospital, o edifício nunca foi utilizado como tal. Usada por vários regimes (monárquico, soviético, nazi e letão) a prisão tem fama de ter uma história perturbadora de torturas e execuções. Graças à Liga, eu e a Isabel tivémos uma visita guiada privada à prisão. Passámos por várias divisões e celas e conseguia-se sentir o ambiente pesado e denso. Senti-me claustrofóbico, que não devia passar ali mais tempo e uma sensação estranha de estar no passado. As inscrições dos prisioneiros ainda estavam na parede e apesar de já não ser uma prisão há 19 anos, ainda se sente a presença forte do que lá aconteceu. No verão, é possível dormir na prisão e ser tratado como um prisioneiro durante uma noite. Depois de ver o episódio dos Ghost Hunters, ouvir as histórias sobre prisioneiros e da visita guiada, não sei se seria algo que faria.

After Christmas I visited Liepāja, a Latvian city on the west coast of the country. I went with Isabel and we stayed at Paulina's flat, a German volunteer who came to Latvia in September.
After we arrived we contacted the Liga, one of the trainers of my Arrival Training living in Liepāja, and she was immediately available to show us the city. The next day went with her family to Karosta, a part of Liepāja's city which was established as a naval base by Czar Alexander III, and later used for the same purpose by the Soviet Union. It is an area where there are still many military infrastructures, some of them re-habilitated, but most in poor condition. In addition to these infrastructure there are many Soviet residential buildings, designed for families of the troops, that today are being renovated.
After a first stop on the movable bridge, designed by Eiffel, we went to the breakwater. The beach had snow and the sea was very calm and beautiful, a landscape that will not forget.
Then we made a short stop in the Orthodox Cathedral of Karosta, built in the early XX century and later used as a warehouse and gym by the Soviets. Among many gray buildings and abandoned structures, the cathedral is a Karosta icon. Despite its deterioration during the Soviet period, today it serves its original purpose as devotion space.
The last stop was in the old military prison of the village. Built initially as Hospital, the building was never used as such. Used by various regimes (monarchical, soviet, nazi and latvian) the prison has reputation to have a disturbing history of torture and executions. Thanks to Liga, me and Isabel had a guided private tour to prison. We went through several rooms and cells and could feel the heavy and dense environment. I felt claustrophobic, that I shouldn't spend more time there and a strange feeling of being in the past. The prisoners's inscriptions were still on the wall and although it hasn't been a prison for 19 years, one can still feel the strong presence of what happened there. In summer it is possible to sleep in the prison and be treated as a prisoner overnight. After seeing the episode of Ghost Hunters, listen to stories about prisoners and the guided tour, I don't know if it would be something that I would want to do.


07/01/2016

Parque Nacional do Ķemeri & Natal










Nos primeiros dias de férias de Natal juntei-me à Isabel, uma voluntária portuguesa na Letónia, e fomos conhecer alguns locais que ainda não tínhamos ido. Primeiro fomos a Jūrmala, já lá tinha ido, mas foi bom relembrar o grande areal da praia e rever o mar Báltico de perto.
No segundo dia quisemos visitar o parque nacional do Ķemeri. Como a maioria dos sítios na Letónia, não haviam muitas pessoas, aliás, a pequena vila de Ķemeri parecia deserta ou abandonada. Mas prefiro um passeio por locais menos povoados do que sobrelotados, assim pudemos fazer os trilhos e observar com tempo a natureza do parque. Fomos aos lagos e pântanos e a paisagem é muito impressionante e bonita, com uma fauna muito diferente do habitual da Letónia.
Apesar da chuva, algum frio e longas distâncias sem abrigo, conseguímos passar um dia muito recompensador.

No Natal estive numa casa em Ādaži, perto de Riga, com mais nove voluntários (Portugueses, Alemães e Austríacos). Alugámos uma casa durante três dias e viémos de vários pontos da Letónia para estarmos juntos. Cozinhámos e comemos muito, especialmente pratos típicos de cada país para dar a conhecer aos outros. Com a Isabel fiz leite creme e aletria, que foi um sucesso entre todos! O Telmo, um voluntário português que está em Daugavpils, tinha bacalhau que a mãe lhe enviou de Portugal e cozinhou bacalhau à brás, o que foi óptimo para recordar o típico prato português que já não provava há imenso tempo.
A casa também tinha uma sauna e pudémos usá-la. Foi a minha primeira vez numa sauna, o termómetro chegou aos 90º! Com esta temperatura o meu nariz queimava por dentro ao respirar e não conseguia tocar no cabelo porque queimava. Foi uma sensação diferente e muito relaxante que quero voltar a experimentar na Letónia, mas para a próxima, em vez de sair para o jardim, quero sair para a neve ou para um lago gelado! Também trocámos presentes entre nós e ouvimos canções de Natal. Foi bom estarmos todos juntos nesta época, senti o espírito natalício e as saudades de casa foram mais suportáveis.

At the beginning of the Christmas holidays I joined Isabel, a Portuguese volunteer Latvia, and we went to some places where we haven't been before. First we went to Jūrmala, I was there before, but it was good to remember the great sandy beach and to see the Baltic Sea up close.
On the second day we wanted to visit Ķemeri National Park. Like most places in Latvia, there were not many people, in fact, the small village of Ķemeri seemed deserted or abandoned even. But I prefer a walk at less than crowded places than at over crowded ones; so we could walk the trails and calmly observe the nature of the park. We went to lakes and wetlands and the landscape is very impressive and beautiful, with a very different fauna than most of Latvia.
Despite the rain, some cold and long distances without shelter, we spent a very rewarding day.

At Christmas I was in a house in Ādaži, near Rīga, with nine volunteers (Portuguese, German and Austrian). We rented a house for three days and came from various parts of Latvia to be together. We cooked and ate a lot, especially typical dishes of each country to show to each other. With Isabel I made "leite creme" and "aletria", which was a success with everyone! Telmo, a Portuguese volunteer who is in Daugavpils, had cofdish sent from his mother from Portugal and cooked "bacalhau à brás", which was great to remember the typical Portuguese dish that I haven't tasted for so long.
The house also had a sauna and we were able to use it. It was my first time in a sauna, the thermometer reached 90 degrees! With this temperature my nose burned inside when I breathed and I could not touch my hair because it burned. It was a different and very relaxing feeling that I want to experience again in Latvia, but next time, instead of going out to the garden, I want to go out into the snow or to a frozen lake! We also we exchanged gifts among us and heard christmas songs. It was good being together at this time, I felt the Christmas spirit and the homesickness was more bearable.

06/01/2016

Ziemassvētku Ceļš















Antes das férias de Natal tivemos no Infantário uma noite tipicamente natalícia. Como habitual, todas as educadoras, pais e crianças vieram para celebrar a última festividade do ano. No dia anterior preparámos a estrada de natal, em forma de espiral, com ramos de pinheiro; no centro estava uma vela em cima de um tronco de árvore.
Todos: educadoras, pais e crianças, pegaram numa vela colocada dentro de uma maçã e caminharam até ao centro da espiral. No centro acendia-se a vela com o lume da vela principal e de seguida colocava-se num local da estrada. Durante duas horas todos tiveram oportunidade de fazer este caminho e havia um grupo de educadoras e pais a tocar a mesma música durante todo o tempo. O ambiente foi bastante místico e emocionante: só havia a luz das velas a iluminar a sala e todos cantavam a música em uníssono. No final senti um espírito de união e celebração muito grande, foi muito especial.

Before the Christmas holidays we had at the kindergarten a typical holiday night. As usual, all teachers, parents and children came to celebrate the last festivity of the year. The day before we prepared the Christmas road, spiral-shaped, with pine branches; in the center was a candle on top of a tree trunk.
All: teachers, parents and children, took up a candle placed inside an apple and walked to the center of the spiral. At the heart they lighted up a candle with the flame of the main candle and then puted it on the road. For two hours all had opportunity to make this path and there was a group of teachers and parents playing the same music all the time. The atmosphere was quite mystical and exciting: there was only candlelight to illuminate the room and everyone sang the song in unison. At the end I felt a spirit of unity and great celebration, it was very special.